O que dá alterado no hemograma quando está com infecção?

Se você já fez um hemograma e recebeu o resultado com alguns números fora do padrão, a primeira dúvida que vem à cabeça é: “Isso significa que estou com alguma infecção?” Afinal, o exame de sangue é um dos primeiros a serem solicitados quando há suspeita de um problema de saúde.

Mas como exatamente o hemograma pode indicar uma infecção? Quais valores costumam estar alterados? E será que toda alteração significa que algo grave está acontecendo? Vamos entender melhor.

Como o hemograma identifica infecções?

O hemograma é um exame que avalia as células do sangue, incluindo glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Entre essas células, os leucócitos são os grandes protagonistas quando se trata de infecções, pois fazem parte do sistema imunológico e aumentam (ou diminuem) conforme a resposta do organismo.

Agora, vamos ao que realmente interessa: quais alterações podem aparecer quando há uma infecção no corpo?

1. Aumento dos leucócitos (leucocitose)

Se o seu hemograma mostrou leucócitos elevados, isso pode ser um forte indicativo de infecção. Isso acontece porque o corpo aumenta a produção dessas células para combater agentes invasores, como vírus, bactérias ou fungos.

Valores normais de leucócitos: Entre 4.000 e 11.000 células/mm³ de sangue.

Quando os leucócitos ultrapassam esse limite, pode haver uma infecção ativa no corpo. Mas calma! Nem sempre uma leucocitose significa um quadro grave. O médico precisa avaliar o contexto, os sintomas e outros fatores do exame para ter um diagnóstico mais preciso.

2. Quais leucócitos aumentam? Depende do tipo de infecção!

Os leucócitos são divididos em diferentes tipos, e cada um deles pode indicar um tipo específico de infecção.

Neutrófilos altos (neutrofilia) → Frequentemente associados a infecções bacterianas. Se o número de neutrófilos está muito elevado, pode ser um sinal de que o corpo está lutando contra bactérias.

Linfócitos elevados (linfocitose) → Mais comum em infecções virais, como gripes, mononucleose e até dengue.

Eosinófilos altos (eosinofilia) → Relacionados a alergias ou infecções parasitárias.

Cada tipo de leucócito tem um papel específico, por isso, os médicos analisam a fórmula leucocitária para entender qual pode ser a causa da infecção.

3. Leucócitos baixos também podem indicar infecção?

Sim! Se o hemograma mostrou leucopenia (queda dos leucócitos abaixo de 4.000/mm³), isso pode ser sinal de algumas infecções virais mais fortes, como dengue ou hepatite viral.

Isso acontece porque alguns vírus atacam diretamente as células do sangue ou fazem com que a medula óssea diminua a produção de leucócitos. Nesses casos, o corpo pode ficar mais vulnerável, pois há menos células de defesa circulando.

4. Velocidade de hemossedimentação (VHS) e Proteína C Reativa (PCR)

Além do hemograma tradicional, médicos podem pedir exames complementares, como:

🩸 VHS (Velocidade de Hemossedimentação): Quando está elevada, pode indicar processos inflamatórios ou infecciosos no organismo.

🩸 PCR (Proteína C Reativa): Um marcador importante para infecções e inflamações. Quanto maior o valor, maior pode ser a resposta inflamatória no corpo.

Esses exames ajudam a entender a gravidade da infecção e se há necessidade de outros testes ou tratamentos mais específicos.

O hemograma sozinho fecha o diagnóstico?

Não! Um hemograma alterado pode indicar infecção, inflamação ou até mesmo outras condições, mas não dá um diagnóstico definitivo. O médico sempre analisará os sintomas do paciente, o histórico clínico e outros exames antes de concluir qualquer coisa.

Por isso, se seu hemograma veio com alguma alteração, nada de desespero antes de conversar com um profissional. Algumas variações podem ser normais ou passageiras.

Conclusão

Se você está com uma infecção, é muito provável que seu hemograma mostre alterações nos leucócitos, principalmente um aumento dessas células. Dependendo do tipo de infecção (bacteriana, viral, parasitária), diferentes leucócitos podem estar mais elevados.

Mas lembre-se: nem toda alteração no exame significa algo grave. O ideal é sempre levar os resultados para um médico interpretar corretamente.

E se ficou na dúvida, nunca recorra ao "Doutor Google" para se autodiagnosticar! Afinal, exames de sangue são apenas uma parte do quebra-cabeça que é a nossa saúde.

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