O que é personalização na psicologia? Como isso afeta você?

Será que você está personalizando tudo ao seu redor?

Já aconteceu de você sentir que tudo de ruim que acontece ao seu redor é culpa sua? Como se cada comentário negativo, cada olhar atravessado ou cada situação desagradável tivesse a ver com você diretamente?

Se sim, pode ser que você esteja caindo na armadilha da personalização, um viés cognitivo muito comum e estudado na psicologia. Mas o que exatamente isso significa e como afeta sua vida? Vamos explorar.

1. O que é personalização na psicologia?

A personalização é um tipo de distorção cognitiva onde uma pessoa assume responsabilidade excessiva por eventos externos, mesmo que esses eventos não estejam diretamente relacionados a ela.

Em outras palavras, é quando alguém acredita que tudo gira em torno dela, principalmente as coisas ruins.

Exemplo clássico: Você está em uma reunião e seu chefe está de mau humor. Em vez de considerar que ele pode estar tendo um dia ruim por outros motivos, você imediatamente pensa: "Ele está assim por minha causa, devo ter feito algo errado".

1.1. Personalização X Autoconsciência

Importante diferenciar:

• Autoconsciência = Refletir sobre seus próprios comportamentos e impactos nas outras pessoas (o que é saudável!).
• Personalização = Assumir a culpa ou responsabilidade por tudo que acontece, mesmo quando não há evidências concretas.

2. Como a personalização pode afetar sua vida?

Esse tipo de pensamento pode trazer ansiedade, culpa desnecessária e baixa autoestima. Afinal, viver achando que tudo é culpa sua é desgastante!

2.1. Impacto na autoestima e confiança

Pessoas que se personalizam demais costumam ser autocríticas ao extremo, o que pode levar a insegurança e até depressão.

Exemplo real: Minha amiga Juliana uma vez comentou que, quando alguém deixava de responder uma mensagem dela no WhatsApp, ela imediatamente pensava: "O que eu fiz de errado?". No fim das contas, a pessoa só estava ocupada.

2.2. Relações interpessoais desgastadas

Se você assume tudo para si, acaba criando conflitos desnecessários.

Exemplo comum: Um amigo cancela um encontro de última hora. Você pensa: "Ele não quer me ver", quando na verdade ele pode estar apenas cansado ou ocupado.

3. O que causa a personalização?

Fatores que podem levar alguém a pensar assim:

• Criação rígida: Pessoas que cresceram sendo muito cobradas podem desenvolver essa mentalidade.
• Experiências traumáticas: Quem já sofreu rejeição ou humilhação pode se tornar hipersensível.
• Perfeccionismo: A necessidade de controle pode fazer com que alguém ache que tudo depende dela.

4. Como parar de personalizar tudo?

A boa notícia? É possível treinar sua mente para reduzir esse viés cognitivo. Aqui vão algumas estratégias práticas:

4.1. Pergunte-se: Qual é a evidência real disso?

Na próxima vez que você se pegar pensando "isso aconteceu por minha causa", pare e se pergunte:

Tenho provas concretas de que isso tem a ver comigo?
Ou estou apenas assumindo coisas sem base real?

4.2. Mude a perspectiva

Tente ver a situação de um ângulo externo. Como um amigo reagiria se estivesse no seu lugar?

Exemplo: Se um colega de trabalho te respondeu de forma seca, talvez ele esteja com pressa e não necessariamente bravo com você.

4.3. Pratique a autocompaixão

Você não precisa assumir o peso do mundo nas costas. Errar faz parte, e nem tudo tem a ver com você.

Diga para si mesmo:

• "Eu não sou responsável pelos sentimentos de todo mundo."
• "Nem tudo o que acontece ao meu redor está sob meu controle."

5. Quando procurar ajuda profissional?

Se você sente que essa mentalidade está afetando sua saúde mental e suas relações, um psicólogo pode ajudar. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é excelente para identificar e modificar padrões de pensamento negativos como a personalização.

Conclusão: Você não é o centro de tudo (e isso é libertador!)

Personalização é achar que tudo tem a ver com você, principalmente as coisas ruins.
Esse pensamento pode te deixar ansioso, inseguro e até prejudicar suas relações.
Existem formas de combater isso, como questionar suas suposições e praticar autocompaixão.

E você? Já percebeu que se personaliza demais? Compartilhe sua experiência nos comentários!

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