O que irrita Iemanjá? Descubra o que evitar no mar

Iemanjá: mais que uma orixá, uma força viva do mar

Olha, se tem uma entidade que carrega respeito profundo no coração de quem cultua os orixás — é Iemanjá. Mãe das águas salgadas, senhora das profundezas, protetora dos pescadores, das mães e da vida marinha. Mas também... não pisa no calo dela, viu? Porque quando se irrita, o mar não perdoa.

Eu cresci indo pra praia todo 2 de fevereiro com minha tia Lurdinha. Era um ritual sagrado: flores brancas, perfume de alfazema, oferenda no barquinho. Mas teve um ano que as coisas deram errado (já te conto).

O que realmente irrita Iemanjá?

Tem umas atitudes que, sério mesmo, são como bater de frente com a maré. E Iemanjá sente.

Desrespeito ao mar e à natureza

Sabe o que mais me revolta? Gente jogando lixo na praia, e dizendo que tá “oferecendo presente pra Iemanjá”. Ah, por favor.

• Plástico, espelho, maquiagem industrial... isso não agrada, só polui.

• Iemanjá ama o mar limpo, a natureza viva — não o rastro de sujeira que às vezes deixam por ignorância.

Tia Lurdinha sempre dizia: "Quem oferece com amor, oferece com consciência." E ela levava só flores naturais e um bilhetinho à mão. Uma vez um cara jogou uma garrafa de vidro com vela acesa na água — o barquinho dele voltou, quebrado. Coincidência? Pode até ser... mas a galera respeitou mais depois daquilo.

Promessas não cumpridas

Essa aqui é pesada. Fazer promessa pra orixá e não cumprir é, tipo, fechar um contrato e rasgar depois. Iemanjá é mãe, mas também é justiça.

Se você pediu proteção, pediu ajuda, prometeu um agrado em troca... tem que cumprir. Mesmo que demore, volta lá. Nem que seja com uma flor simples e uma palavra de gratidão. Já vi gente passando perrengue anos depois porque esqueceu de voltar pra agradecer.

Oferendas mal feitas ou sem intenção verdadeira

Well, tem coisa que a gente vê e já percebe que é feita no automático, sabe? Tipo “vou jogar qualquer coisa porque todo mundo tá fazendo”. Isso irrita.

Oferenda sem axé, sem sentimento

Não é sobre o presente em si. É sobre a intenção. Você pode dar uma rosa ou uma joia. Se vier com respeito, emoção e verdade... ela sente. Senão, vira lixo flutuante.

Teve um dia que levei só um punhado de sal grosso e uma conchinha que achei na areia. Me ajoelhei, falei com ela, agradeci. O mar ficou calmo, parecia que escutava. Foi um dos momentos mais lindos da minha vida, juro.

Confundir Iemanjá com outras entidades

Isso aqui eu aprendi na marra. Uma vez, sem saber, chamei Iemanjá de "deusa do rio". Meu colega Paulo (filho de santo, daqueles bem raiz) me corrigiu na hora: "Iemanjá é mar. Rio é Oxum, não mistura as águas não!"

Confundir orixás, misturar rituais de forma leviana, pegar símbolos de um e usar no culto de outro... tudo isso pode soar como desrespeito. Não é que ela vá te castigar assim, tipo filme de terror. Mas, espiritualmente, fecha caminhos. Te desconecta.

Dá pra se reconciliar com Iemanjá?

Claro que sim. Ela é mãe. E mãe perdoa.

Se você acha que fez algo que desagradou, vai até o mar com humildade. Pede licença, pede perdão. Leva uma flor branca. Fala com o coração. Não precisa de grandes rituais. Precisa de verdade.

Um erro meu (e o que aprendi com ele)

Lembro de um ano que fui com raiva pro mar. Tinha brigado com minha família, tava revoltado. Joguei a oferenda quase como um desabafo. Voltei pra casa com uma sensação estranha, pesada.

Dias depois, voltei sozinho. Pedi desculpa. Fiz outra oferenda, bem simples, mas sincera. E acredite: até o vento mudou naquele dia.

Conclusão: respeito, verdade e consciência

Iemanjá não se irrita por capricho. Ela se magoa quando falta respeito, verdade, e cuidado com o mar.
Se você quer agradar, seja com palavras ou oferendas, faça de coração limpo. Com intenção real. Sem exagero, sem ostentação. Só presença.

Porque no fim, o que toca o coração dela... é o que vem do seu.

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